Remicade® (infliximabe): remédio para controlar a inflamação

publicado em

O Remicade® (infliximabe) é um medicamento de alto custo, que possui registro na Anvisa e é indicado para tratar pacientes com doença de Crohn, colite, retocolite ulcerativa, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriásica e psoríase em placa.

Veja mais detalhes sobre o Remicade®, para o que é indicado, como age no organismo, as contraindicações e os possíveis efeitos adversos deste medicamento.   

Para o que é indicado o Remicade®?

Doenças intestinais
Doenças intestinais são as principais indicações do Remicade

O Remicade® é indicado para tratar:

  • Doença de Crohn, bem como colite e também retocolite ulcerativa, em pacientes adultos e pediátricos, com mais de 6 anos de idade: doenças inflamatórias do intestino. 
  • Doença de Crohn fistulizante em pacientes adultos: doença inflamatória intestinal, com apresentação clínica mais grave.  
  • Artrite reumatoide em pacientes adultos: doença inflamatória das articulações. 
  • Espondilite anquilosante em pacientes adultos: doença inflamatória da coluna.
  • Artrite psoriásica em pacientes adultos: doença inflamatória das articulações, frequentemente acompanhada de psoríase. 
  • Psoríase em placa em pacientes adultos: doença inflamatória da pele. 

A escolha pelo tratamento com Remicade® é feita pelo médico, quando a doença permanece ativa, mesmo após ter sido tratada com outros medicamentos. 

Como o Remicade® age no organismo? 

O corpo produz uma maior quantidade de uma substância chamada fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), nas doenças inflamatórias mencionadas acima. Com a maior produção dessa substância inflamatória, o sistema imunológico passa a atacar os tecidos saudáveis do corpo, provocando lesões. 

  Continua Depois da Publicidade  

O Remicade® é usado para bloquear o TNF-alfa, reduzindo, assim, a inflamação. O ingrediente ativo do Remicade® é o infliximabe, um anticorpo monoclonal quimérico humano-camundongo, ou seja, basicamente contém um fragmento de proteína humana e um de camundongo.

Esse medicamento se liga fortemente ao TNF-alfa, impedindo que essa substância atinja os tecidos saudáveis do corpo, com isso o Remicade® reduz a atividade inflamatória do TNF-alfa.    

O uso do Remicade® pode diminuir a capacidade do sistema imunológico em combater infecções, deixando a pessoa mais vulnerável. Esse efeito é uma consequência da supressão da ação do TNF-alfa, que também está envolvido no combate às infecções. 

Contraindicações do Remicade®

O Remicade® é contraindicado para pessoas que tenham as seguintes condições: 

  Continua Depois da Publicidade  
  • Alergia ao Remicade® ou a outro componente do medicamento: sacarose, fosfato de sódio e polissorbato 80.
  • Alergia a proteínas de camundongos.
  • Infecção que está sendo tratada.
  • Insuficiência cardíaca.

O médico vai analisar as condições relacionadas à infecção ou insuficiência cardíaca, para decidir se o Remicade® é indicado para tratar o caso ou não. 

Como usar o Remicade®?

Remédio
O Remicade é um medicamento injetável

O Remicade® é administrado na veia do braço por um profissional da saúde, em um centro médico. A pessoa que está recebendo o medicamento fica em observação durante e após o procedimento, para ser avaliada quanto aos possíveis efeitos colaterais.  

Normalmente, a pessoa recebe uma dose e, depois de duas semanas, recebe a segunda. A terceira dose é feita seis semanas após a primeira. A partir daí, a pessoa recebe uma dose a cada 6 ou 8 semanas. 

Cuidados antes de receber o tratamento com Remicade®

Quando estiver na consulta, informe ao seu médico ou médica se:

  • Está com alguma infecção no momento ou se tem alguma infecção recorrente. 
  • Já teve tuberculose ou teve contato recente com alguém que está com a doença. 
  • Vive ou viajou para algum lugar onde as seguintes infecções fúngicas são comuns: histoplasmose, coccidioidomicose e blastomicose. 
  • Tem ou já teve insuficiência cardíaca ou outra doença cardíaca. 
  • Tem ou teve alguma condição que afeta o sistema nervoso, como Esclerose Múltipla, Síndrome de Guillain-Barré, convulsões ou Neurite Óptica. 
  • Recebeu recentemente ou tem uma vacinação agendada. 
  • Recebeu recentemente ou tem um tratamento com agente terapêutico infeccioso agendado, como instilação de BCG, usado no tratamento de câncer.
  • Está grávida, pretende engravidar ou está amamentando.  
  • Tem diabetes, pois o medicamento contém açúcar. 

Se durante o tratamento você tiver um bebê, informe ao médico pediatra sobre o uso do Remicade®, antes da criança receber qualquer vacina viva atenuada, como a BCG. 

  Continua Depois da Publicidade  

Reações adversas e efeitos colaterais do Remicade®

Todos os sintomas relatados aqui devem ser comunicados ao seu médico, para que o tratamento seja avaliado quanto à necessidade de interrompê-lo ou de ajustar a velocidade de administração do medicamento na veia. 

As reações adversas mais comuns são: 

  • Infecções respiratórias, como bronquite, sinusite ou resfriado. 
  • Dor
  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia
  • Tontura
  • Tosse
  • Erupção cutânea
  • Cansaço

Os possíveis eventos adversos graves são: 

  • Infecções graves: se você apresentar febre, cansaço, tosse, sintomas de gripe ou um abscesso, informe ao médico imediatamente, pois você pode estar com alguma infecção. 
  • Problemas no pulmão: você deve informar ao médico se sentir falta de ar. 
  • Insuficiência cardíaca congestiva: se você apresentar sintomas como falta de ar e inchaço dos pés, deve contatar o médico imediatamente. 
  • Outros problemas cardíacos: atente-se à manifestação de sintomas como dor no peito, dor no braço, dor no estômago, encurtamento da respiração, sensação de aperto no peito, batidas aceleradas ou muito lentas do coração. 
  • Reações alérgicas: podem ocorrer no início da administração do medicamento ou pouco depois. Os sintomas incluem coceira na pele, dificuldade para respirar, dor no peito e alteração na pressão. Podem ocorrer tardiamente, após 3 a 12 dias do tratamento, com manifestação de dor muscular ou articular, com febre e erupções cutâneas. 
  • Sintomas semelhantes aos do lúpus: desconforto ou dor prolongada no peito, falta de ar, dor nas articulações e erupção cutânea sensível ao sol nas bochechas ou nos braços. 
  • Problemas relacionados ao sistema nervoso: inflamação do nervo óptico, que pode causar deficiência visual e cegueira, convulsões, dormência, formigamento e fraqueza nos membros. 
  • Problemas na pele: alterações na pele, com o aparecimento de manchas vermelhas, coceira, descamação e bolhas com pus. 
  • Câncer: relatos de câncer são raros, mas há alguns registros de linfoma em pacientes que fizeram uso do medicamento. 
  • Lesões no fígado: os sinais são icterícia (pele e olhos amarelados), urina com cor marrom-escuro, dor no lado direito do abdômen, febre e fadiga. 
  • Hepatite B: o tratamento com o Remicade® pode deixar a pessoa vulnerável a reativação de alguns vírus latentes. Então, se você suspeita que é portador ou portadora desse vírus, deve comunicar ao médico. 
  • Problemas no sangue: o uso do medicamento pode acarretar em baixa contagem de células de defesa no sangue, evidenciada por sintomas como febre, infecções persistentes, sangramento ou hematomas. 
  • Derrame: os sintomas são repentinos e incluem formigamento ou fraqueza na face, braço ou perna, principalmente de um lado só do corpo, problemas na fala ou na compreensão, perda do equilíbrio ou coordenação, tontura, confusão mental, problemas na visão e dor de cabeça forte.
Fontes e referências adicionais

Quais doenças você sabia que poderiam ser tratadas com o Remicade®? Já teve algum dos efeitos colaterais mencionados aqui com o uso do Remicade®? Se sim, quais? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas (Seja o primeiro a avaliar)
Loading...
Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

Deixe um comentário