Sal do Himalaia Tem Iodo? Propriedades e Informação Nutricional

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Confira se o sal do Himalaia tem iodo e veja quais são as propriedades e todos os nutrientes deste ingrediente, além dos benefícios de seu uso.

Você conhece a composição do sal do Himalaia? Seria o sal do Himalaia um dos alimentos ricos em iodo ou o ingrediente não é uma fonte tão rico no mineral? Aproveite para entender se o sal do Himalaia emagrece mesmo e saiba quais são os sintomas e causas da falta de iodo.

Sobre o sal do Himalaia

O sal do Himalaia é uma espécie de sal-gema oriundo da região de Punjab, no Paquistão, próximo das encostas dos Himalaias. Assim como o sal tradicional, o sal do Himalaia pode ser utilizado na culinária para temperar as refeições e preservar os alimentos.

Entretanto, há quem use o ingrediente no banho no lugar dos sais de banho. Também é possível encontrar luminárias e castiçais feitos à base de sal do Himalaia. As informações são do Medical News Today.

E então, será que o sal do Himalaia tem iodo?

O iodo é um mineral que o organismo necessita para transformar os alimentos em energia, conforme esclareceu o MedlinePlus, portal dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Ele também é necessário para a função normal da glândula tireoide e para a produção dos hormônios da tireoide.

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Segundo o Office of Dietary Supplements (Gabinete de Suplementos Alimentares, tradução livre) dos Estados Unidos, os adultos e os adolescentes precisam de 150 mcg de iodo diariamente, enquanto as grávidas necessitam de 220 mcg do mineral e as mulheres que amamentam devem receber 290 mcg diários do nutriente.

Peixes como bacalhau e atum, frutos do mar como alga marinha e camarão, produtos laticínios, produtos à base de grãos como pães e cereais e, em alguns casos, frutas e vegetais, dependendo do solo e do fertilizante usado no cultivo, são fontes de iodo, mas além desses alimentos, o sal iodado também constitui uma das principais fontes de iodo para a dieta humana.

¼ de colher de chá de sal iodado possui 71 mcg de iodo. Logo, são necessárias pouco mais de ½ colher de chá de sal iodado diariamente para chegar aos 150 mcg do mineral que um adulto precisa fornecer ao seu organismo a cada dia.

De acordo com informações do site Medical News Today, embora seja verdade que o sal do Himalaia tem iodo em sua composição, ele muito provavelmente apresenta uma quantidade bem mais baixa do mineral que o sal iodado.

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A verdade é que o sal do Himalaia não costuma apresentar quantidades significativas de mineral.

A iodação do sal

Assim como ocorre em outros países, no Brasil, a iodação do sal convencional é obrigatória, informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O sal foi selecionado como o alimento para suplementar o mineral iodo para a população em atendimento à Política Nacional de Alimentação e Nutrição.

Segundo a agência, o sal cumpre esse papel porque é (ou deve ser) consumido em pequenas quantidades diárias. Os seres humanos necessitam de uma quantidade correspondente a uma colher de chá de iodo durante toda a vida, entretanto, como não pode ser armazenado pelo organismo, deve ser fornecido continuamente em pequenas quantias, explicou a Anvisa.

Vale ressaltar que existe uma discussão acerca da ideia de que o sal iodado seja uma boa forma de fornecer iodo ao organismo, uma vez que consumir mais de meia colher de chá do produto por dia para atingir os níveis diários de iodo necessários ao organismo vai resultar em uma ingestão expressiva de sódio, mineral que em excesso faz muito mal para a saúde.

O consumo excessivo de sódio pode resultar em retenção de líquidos, endurecimento dos vasos sanguíneos, pressão arterial alta, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, conforme acrescentou a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

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Portanto, ao que tudo indica, o ideal mesmo é continuar a maneirar no sal consumido diariamente e complementar a dieta com outros alimentos que sirvam como fontes de iodo.

Precisamos aproveitar para registrar que assim como o sal iodado, o sal do Himalaia precisa ser consumido com moderação, uma vez que também apresenta o sódio na sua lista de propriedades, ainda que nem sempre nas mesmas proporções que o sal convencional.

A deficiência de iodo

A necessidade de moderar na ingestão de sal deve ser obedecida, sem menosprezar outra necessidade: a de oferecer iodo ao organismo.

Isso porque a falha em fornecer uma quantidade adequada do mineral ao organismo resulta na produção insuficiente de hormônios da tireoide, apontou o Office of Dietary Supplements, que informou ainda que o bócio ou volume aumentado da glândula tireoide costuma ser o primeiro sinal visível da deficiência de iodo.

O MedlinePlus explicou que quando a tireoide não tem iodo o suficiente para executar o seu trabalho, os sistemas do organismo fazem com que ela trabalhe mais duro, justamente o que resulta no bócio.

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A deficiência de iodo que gera níveis baixos de hormônios da tireoide pode fazer com que uma mulher pare de ovular, resultando na infertilidade, alertou o portal. A ausência de um nível suficiente de iodo também pode gerar uma doença autoimune na tireoide e aumentar os riscos de desenvolvimento de câncer da tireoide, adicionou o MedlinePlus.

Para alguns pesquisadores, a deficiência de iodo também pode aumentar os riscos de desenvolver outros tipos de câncer como o de próstata, mama, ovariano e endometrial, avisou o portal.

Nas gestantes, a deficiência severa do mineral pode causar danos permanentes ao feto, como crescimento atrofiado, retardo mental e atraso no desenvolvimento sexual, ao passo que uma deficiência menos severa de iodo pode gerar um QI abaixo da média em bebês e crianças e diminuir a habilidade dos adultos para trabalhar e pensar com clareza, completou o Office of Dietary Supplements.

A deficiência de iodo na gravidez também pode gerar a pressão alta gestacional.

Informação nutricional – outras propriedades do sal do Himalaia

Agora que já discutimos se o sal do Himalaia tem iodo, chegou a hora de conhecermos melhores o restante das suas propriedades.

Quimicamente, o sal do Himalaia é parecido com o sal de mesa convencional, uma vez que contém um teor de até 98% de cloreto de sódio (que é um nome mais formal para o sal de cozinha).

O restante da sua composição corresponde a microelementos minerais, como potássio, magnésio e cálcio, que são os responsáveis por conceder ao produto a sua característica coloração rosa e por fazer com que o sal do Himalaia apresente um sabor diferente em relação ao sal de mesa convencional.

Há quem diga que essa versão rosa do sal contém até 84 tipos diferentes de minerais traço. No entanto, uma vez que até 98% da sua composição corresponde ao cloreto de sódio, restaria apenas um teor de 2% para esses minerais.

Como o sal não costuma – e nem deve – ser consumido em quantidades elevadas e a quantia desses minerais no produto é baixa, acredita-se ser improvável que os benefícios do sal do Himalaia sejam significativos para a saúde.

Vídeo

Por fim, veja um vídeo da nossa nutricionista mostrando se o sal rosa do Himalaia vale a pena mesmo e se é melhor para consumo.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já sabia se o sal do Himalaia tem iodo? Consome com frequência esse sal em suas receitas? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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