Síndrome nefrótica: o que é, sintomas, causas e tratamento

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As doenças renais, como a síndrome nefrótica, são uma grande preocupação para muitas pessoas, seja porque elas sofrem de outras condições de saúde que podem afetar os rins, ou porque possuem algum familiar ou amigo que lutem contra esse problema.

Mas, independentemente do motivo da preocupação, é fato que os problemas de saúde que atingem os rins devem ser levados a sério, já que trazem consequências significativas para a qualidade de vida da pessoa.

Por isso, a seguir vamos nos aprofundar em um problema renal bastante comum, a síndrome nefrótica, e conhecer seus sintomas e formas de tratamento.

Veja também: 11 importantes sintomas da insuficiência renal

O que é síndrome nefrótica?

A síndrome nefrótica é um distúrbio de saúde que atinge os rins, e que causa a eliminação de grandes quantidades de albumina na urina.

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A albumina, por sua vez, é a principal proteína presente em nosso sangue. Por isso, a eliminação dessa proteína causa uma série de sintomas, como veremos mais adiante. 

Além disso, podemos dizer que quanto maior a quantidade de albumina na urina, maior o dano presente nos rins.

Sintomas da síndrome nefrótica 

Dor abdominal
A perda de apetite e a dor abdominal são alguns dos sintomas da condição

Os sintomas iniciais da síndrome nefrótica podem passar despercebidos por um bom tempo, uma vez que eles são comumente encontrados em outros problemas de saúde, como viroses e parasitoses. São eles:

  • Perda de apetite
  • Mal-estar generalizado
  • Dor abdominal ou nas costas
  • Retenção de líquidos, que pode causar inchaço em diversas áreas do corpo

No entanto, com o passar do tempo, os sintomas vão se agravando, e se tornam mais evidentes:

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  • Há uma piora do inchaço, que pode atingir regiões como as pálpebras e os órgãos genitais
  • A urina se torna espumosa, pela alta concentração de proteínas
  • Mudanças na pressão arterial
  • Ascite, que é o acúmulo de líquido no abdômen
  • Falta de ar, causada pelo acúmulo de líquido entre as membranas que recobrem os pulmões, um problema chamado de derrame pleural

Causas da síndrome nefrótica

A síndrome nefrótica pode ser considerada uma consequência ou complicação de outras doenças, que levam ao aumento da excreção de albumina pelos rins. Essas outras doenças, por sua vez, podem ser divididas em renais e não-renais.

Assim, temos:

1. Causas primárias, ou renais

Envolvem as doenças que se originam no próprio rim, como:

  • Glomeruloesclerose segmentar e focal
  • Glomerulopatia membranosa
  • Nefropatia por IgA 
  • Alterações glomerulares mínimas 
  • Glomerulonefrite membranoproliferativa

2. Causas secundárias, ou não-renais

Neste caso, a síndrome nefrótica é causada por outra doença que, a princípio, não afetaria os rins. Alguns exemplos são:

  • Diabetes
  • Doenças autoimunes, como o lúpus
  • Infecções virais, como HIV, hepatite B e hepatite C
  • Uso de alguns medicamentos

Veja também: 10 principais sintomas do lúpus – o que é e sinais importantes

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Complicações da síndrome nefrótica

Caso não seja tratada de forma rápida e correta, a síndrome nefrótica pode causar outras complicações de saúde, como:

  • Insuficiência renal, quando os rins param de filtrar o sangue adequadamente. Em alguns casos, pode haver a necessidade de hemodiálise e transplante renal
  • Deficiências nutricionais, uma vez que os nutrientes estão sendo perdidos através da urina. Esse problema é visto mais frequentemente em crianças 

Além disso, como a composição do sangue é modificada pela perda de proteínas, algumas complicações mais graves podem ocorrer. São elas:

  • Aumento do risco de infecções
  • Aumento da chance de desenvolver trombose

Diagnóstico da síndrome nefrótica 

O diagnóstico da síndrome nefrótica é feito principalmente a partir do exame de urina de 24 horas. Ou seja, através da análise da urina coletada pela pessoa durante um dia completo.

Assim, é possível saber a quantidade exata de albumina que foi excretada pelos rins durante essas 24 horas.

Desta forma, uma quantidade acima de 3 gramas de albumina nesta amostra já se enquadra no diagnóstico da síndrome.

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Além disso, outros exames são solicitados, para confirmar o diagnóstico. São eles:

  • Quantidade de albumina no sangue, que na síndrome estará baixa, já que a proteína está saindo pela urina
  • Níveis de colesterol e de triglicerídeos, pois outra característica da síndrome nefrótica é o aumento dessas taxas
  • Biópsia renal, para avaliar com mais detalhes os rins

Mas esses exames só são capazes de diagnosticar a síndrome nefrótica, e não as suas causas. Para isso, é preciso realizar outros exames, como:

  • Sorologias, para identificar possíveis infecções virais, como o HIV 
  • Dosagens de anticorpos, para verificar a presença de doenças autoimunes que possam estar causando a síndrome, como o lúpus
  • Glicemia, para avaliar a presença de diabetes

Tratamento para síndrome nefrótica

O tratamento da síndrome nefrótica vai depender principalmente da sua causa, e pode incluir:

  • Controle dos níveis de açúcar no sangue, quando o problema ocorre em decorrência do descontrole do diabetes
  • Uso de medicamentos antivirais, como o coquetel para o HIV ou tratamentos específicos para outros vírus que estejam causando o problema
  • Remédios para reduzir a pressão arterial, como captopril e enalapril, que ajudam a diminuir a quantidade de proteínas na urina
  • Uso de medicamentos para diminuir a ação do sistema imune, como corticoides, ciclofosfamida e outros imunossupressores

Além disso, algumas mudanças na dieta também podem ser realizadas, como veremos a seguir.

Alimentos bons para síndrome nefrótica

Sal
Diminuir a ingestão de sal em suas refeições é importante para quem tem a síndrome

A dieta para a síndrome nefrótica deve sempre ser orientada por um nutricionista, que é o profissional mais adequado para avaliar as necessidades nutricionais e fazer as modificações necessárias no cardápio.

Mas, de forma geral, essa dieta vai envolver alguns pontos específicos, como:

  • Evitar alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol
  • Inclusão de proteínas magras
  • Diminuir a quantidade de sal nos alimentos

Além disso, pessoas que possuam algum grau de insuficiência renal podem ter que controlar a quantidade de líquidos ingeridos durante o dia, principalmente em casos mais graves, que necessitem de hemodiálise.

Dicas e cuidados

Em alguns casos, a síndrome nefrótica pode ser prevenida, através do tratamento adequado de suas causas.

Assim, pessoas que sofram de diabetes, lúpus ou outras doenças crônicas, devem realizar um acompanhamento médico regular e seguir à risca o tratamento prescrito pelo profissional.

Além disso, manter uma dieta balanceada e adequada às suas necessidades nutricionais, bem como realizar exercícios físicos regularmente, ajudam a melhorar a saúde como um todo.

Fontes e referências adicionais

Você já tinha ouvido falar da síndrome nefrótica? Conhece alguém que tenha este problema? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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