Os benefícios da creatina para idosos podem não ser tão conhecidos ou a primeira coisa no que alguém pensa ao ver o produto, mas isso não quer dizer que o suplemento não possa ter alguma utilidade para as pessoas mais velhas.
Mas, ao entrar na terceira idade, quando os anos já avançaram e a saúde já não é mais a mesma, é importante ter um cuidado ainda mais especial com a saúde, o que inclui ter cautela em relação a todos os suplementos usados no dia a dia.
Portanto, antes de conhecermos melhor a creatina e os possíveis benefícios da creatina para idosos, é importante lembrar que quem já está na terceira idade precisa consultar o médico antes de começar a usar o suplemento e deve consumir o produto sempre conforme as orientações do profissional de saúde.
A creatina
A creatina é um aminoácido ou um grupo de aminoácidos, composto pela glicina, pela metionina e pela arginina, presente principalmente nos músculos, mas que também pode ser encontrado no cérebro.
Como suplemento, a creatina é famosa entre os que buscam o ganho da massa muscular. Embora esse não seja o seu efeito direto, afinal ainda é preciso treinar para alcançar a hipertrofia, o suplemento oferece energia para os músculos, eleva a tolerância do praticante ao esforço e retarda a fadiga, contribuindo para que ele possa usar cargas maiores e ter um melhor desempenho na atividade.
Além disso, a creatina é conhecida por auxiliar na melhora da recuperação muscular após a prática dos exercícios físicos, período crucial para estimular o crescimento das fibras musculares e prevenir lesões.
A creatina é considerada uma fonte natural de energia que ajuda os músculos esqueléticos a flexionar ou contrair. Isso auxilia a criar um suprimento constante de energia para os músculos, de modo que eles possam continuar trabalhando, especialmente durante a prática de exercícios físicos.
Adicionalmente, ela ajuda a criar e a armazenar a molécula fosfocreatina, que os músculos utilizam para gerar energia para os exercícios de curta duração e alta intensidade.
Assim, a creatina é um suplemento usado por atletas profissionais e amadores para auxiliar nos seus treinos e melhorar a recuperação. Ela pode ajudar aqueles que precisam de explosões rápidas de energia e aumento de força.
A creatina também está disponível em alimentos ricos em proteínas como carne vermelha (carne de porco e bovina), peixes e frutos do mar e leite de origem animal (vaca, cabra e ovelha).
Inclusive, aproximadamente metade do estoque de creatina do organismo vem da dieta. Já a outra metade é produzida naturalmente no fígado, rins e pâncreas, que disponibilizam cerca de 95% da creatina aos músculos esqueléticos para ser usada durante a prática de exercícios físicos. O resto vai para o coração, o cérebro e outros tecidos. Saiba mais sobre o que é, para que serve e como usar a creatina.
Quais podem ser os benefícios da creatina para idosos?
Os benefícios mais famosos que a suplementação de creatina pode trazer se referem ao ganho de massa muscular e isso não é diferente em relação às pessoas mais velhas.
Inclusive, isso é importante para elas, pois os idosos podem experimentar a sarcopenia, que é a perda de massa muscular, de massa óssea, de desempenho físico e de força relacionados à idade.
A perda de massa muscular na terceira idade é considerada um dos fatores mais importantes em termos de comprometimento da autonomia, maior risco de quedas e perda de qualidade de vida.
Em um estudo, adultos com idade entre 57 a 70 anos que fizeram suplementação com creatina durante sete a 52 dias de treinamento de resistência apresentaram um maior aumento na massa do tecido magro do que aqueles que não tomaram creatina.
Outro benefício associado à creatina para idosos é que consumir doses da substância por um curto período de tempo demonstrou contribuir para que os adultos mais velhos tivessem mais energia ao longo do dia.
De acordo com o mestre e doutor em fisiologia do exercício Turibio Barros, para o site Eu Atleta do Globo Esporte, a associação da suplementação da creatina com a prática de exercícios, mesmo de carga mais baixa, pode gerar uma melhora na capacidade funcional do idoso.
Entretanto, o ideal é que esse treinamento seja específico para idosos, tenha o aval do médico e seja acompanhado por um profissional de educação física, de preferência especializado em orientar alunos da terceira idade.
Mas, não é só a parte física que pode ser beneficiada. Outro ponto positivo da creatina apresentado por pesquisas foi que a suplementação da substância pode melhorar a performance de durante tarefas cognitivas, especialmente em adultos idosos.
Além disso, novos estudos mostram que a creatina pode ajudar em casos de doenças neurológicas associadas à idade, como doença de Parkinson, doença de Huntington, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e doença de Alzheimer.
Por exemplo, as pessoas com doença de Parkinson podem ter massa muscular e força muscular diminuídas, além de uma fadiga aumentada. Um estudo sugeriu que administrar creatina para pessoas com a condição melhorou a sua resistência e habilidade para os exercícios.
Outra pesquisa apontou que os suplementos de creatina estimularam o ânimo dos participantes e reduziram a sua necessidade de tomar medicamentos, em comparação com aqueles que não usaram creatina.
No entanto, outros estudos indicaram que combinar a creatina com a cafeína poderia piorar a doença de Parkinson. Portanto, são necessárias mais pesquisas sobre o tema.
Adicionalmente, a creatina parece desacelerar a progressão da ELA e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, mais estudos também são necessários para confirmar os efeitos.
Além disso, ainda não está claro se a creatina auxilia ou não pessoas que já se encontram nos estágios medianos ou finais de transtornos neurodegenerativos progressivos.
Cuidados com a creatina
Não é incomum que um idoso utilize medicamentos, assim não podemos deixar de destacar que a creatina pode interagir com certos remédios, ou seja, fazer mal caso sejam usados ao mesmo tempo.
Portanto, é importante listar para o médico todos os medicamentos, suplementos e até plantas que o idoso usa para que o profissional de saúde verifique se não faz mal tomar o suplemento ao mesmo tempo em que utiliza esses remédios.
Isso inclui até mesmo os anti-inflamatórios não-esteroides, como o ibuprofeno e o naproxeno, pois tomar a creatina com esses medicamentos pode aumentar o risco de de dano renal.
Além disso, vale destacar que não há evidências o suficiente de que o suplemento seja seguro para gestantes, mulheres que amamentam e pessoas com diabetes, doença renal ou doença hepática. A creatina também pode aumentar o risco de mania em pessoas com transtorno bipolar.
Da mesma maneira, é aconselhável que pessoas com trombose venosa profunda, distúrbios ou desequilíbrios de eletrólitos, transtornos gastrointestinais, batimentos cardíacos irregulares, enxaquecas e pressão baixa ao levantar-se também tenham cautela com a creatina.
Os efeitos colaterais que a suplementação de creatina podem provocar incluem:
- Ganho de peso devido à retenção de líquido
- Cãibras musculares
- Estiramento muscular
- Dor de estômago
- Diarreia
- Náusea
- Vômito
- Tontura
- Suor excessivo
- Disfunção hepática
- Dano renal
Alguns médicos ainda acreditam que a creatina pode causar batimentos cardíacos irregulares ou um problema de pele chamado dermatose purpúrica em algumas pessoas. Porém, mais pesquisas são necessárias para que se tenha certeza disso.
Adicionalmente, as reações adversas variam conforme o organismo de cada pessoa e a sobrecarga nos rins e no fígado é associada ao uso exagerado do suplemento.
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Fontes e referências adicionais
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