Hipogonadismo – Causas, sintomas e tratamentos

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O hipogonadismo é um problema de saúde ainda pouco conhecido pela maioria das pessoas, assim como suas causas e tratamentos.

Ele afeta a produção de hormônios sexuais, que são responsáveis pelas características sexuais secundárias, como o crescimento de pelos pubianos, mamas e barba. Além disso, afetam também a fertilidade e a libido.

E é por isso que qualquer condição de saúde que prejudica a produção hormonal deve ser prontamente identificada e corrigida por meio de tratamentos adequados.

Então, vamos entender o que é o hipogonadismo, suas causas, sintomas e tratamentos.

Qual o papel das gônadas?

Nos homens, as gônadas são os testículos, enquanto nas mulheres, são os ovários.

Elas produzem os hormônios sexuais, que são responsáveis por ajudar a controlar características sexuais secundárias, como:

  • Em homens: Desenvolvimento do pênis e dos testículos, crescimento de pelos pubianos, da barba e a produção de espermatozoides;
  • Em mulheres: Desenvolvimento das mamas, crescimento de pelos pubianos e regulação do ciclo menstrual.
O hipogonadismo é uma condição que afeta a libido e a fertilidade
O hipogonadismo é uma condição que afeta a libido e a fertilidade

O que é o hipogonadismo?

O hipogonadismo, conhecido também como deficiência gonadal, é uma condição em que as glândulas sexuais produzem pouco ou nenhum hormônio sexual.

Existem basicamente dois tipos de hipogonadismo:

1. Hipogonadismo hipergonadotrófico, ou primário

Ocorre quando há algum problema nas gônadas, que passam a produzir uma quantidade insuficiente de hormônio.

Isso significa que as glândulas sexuais recebem mensagens do cérebro para produzir hormônios, mas não são capazes de produzir esses hormônios.

2. Hipogonadismo hipogonadotrófico, ou secundário

Nesse caso, as gônadas não apresenta problemas, e é a hipófise, uma glândula presente no cérebro, que não está funcionando corretamente.

Assim, as mensagens para a produção dos hormônios pelas gônadas não chegam como deveriam, e os hormônios são produzidos de forma insuficiente.

Hipogonadismo masculino x hipogonadismo feminino

O hipogonadismo masculino é aquele que afeta os homens, interferindo principalmente nos níveis de testosterona.

Os baixos níveis de testosterona observados causam supressão testicular, o que resulta em impotência, redução da libido, perda de pelos no corpo e na face, redução da ejaculação, fraqueza e até anemia.

Geralmente, os homens precisam apenas repor a testosterona para eliminar os sintomas.

Já o hipogonadismo feminino causa uma supressão ovariana que pode causar ciclos menstruais irregulares ou inexistentes, infertilidade, atrofia mamária, osteoporose, redução das secreções vaginais e diminuição da libido.

Essas mulheres apresentam níveis de estradiol baixo, indicando a necessidade de reposição hormonal com estrogênio e, às vezes, também com progesterona.

Sintomas

Os sintomas são diferentes para homens e mulheres, e podem variar de intensidade, a depender da gravidade do problema.

Nas mulheres, os sintomas de hipogonadismo mais comuns são:

  • Perda de pelos no corpo;
  • Secreção com aspecto leitoso nos seios;
  • Ondas de calor;
  • Ausência de menstruação;
  • Crescimento mamário lento ou ausente;
  • Osteoporose;
  • Infertilidade;
  • Redução da libido.

Já nos homens, os principais sintomas costumam ser:

  • Perda muscular;
  • Osteoporose;
  • Perda de pelos no corpo;
  • Infertilidade;
  • Fadiga;
  • Sudorese excessiva;
  • Disfunção erétil;
  • Alterações de humor;
  • Crescimento anormal da mama;
  • Dificuldade de concentração;
  • Baixa libido;
  • Crescimento reduzido de testículos e pênis.

Causas

A obesidade é uma das causas do hipogonadismo
A obesidade é uma das causas do hipogonadismo

As causas de hipogonadismo são muitas, e podem afetar as pessoas de formas diferentes.

Mas as principais são:

  • Obesidade, que reduz a produção hormonal;
  • Uso de medicamentos, como quimioterápicos;
  • Uso de anabolizantes;
  • Hipotireoidismo;
  • Síndromes genéticas, como Turner (para meninas) e Klinefelter (para meninos);
  • Doenças autoimunes que atinjam as gônadas;
  • Traumas e cirurgias;
  • Desnutrição;
  • Excesso de exercícios, especialmente em mulheres;
  • Radiação;
  • Tumores.

Como diagnosticar

A suspeita diagnóstica geralmente é clínica, quando o médico nota alguns sintomas que o levam a desconfiar do problema.

Então, podem ser pedidos alguns exames, como medição das taxas hormonais e exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética.

Outros exames podem ser solicitados, e isso varia de acordo com as causas do problema.

Tratamentos disponíveis

Não há como dizer qual o melhor tratamento para hipogonadismo, pois isso vai variar caso a caso.

Em alguns casos, o tratamento pontual é suficiente, enquanto em outros é preciso tratar a condição durante a vida inteira.

Mas em qualquer situação, o acompanhamento médico nunca deve ser ignorado, já que as terapias de reposição hormonal podem causar complicações de saúde a longo prazo que devem ser monitoradas.

Tratamento para hipogonadismo

Os tratamentos para o hipogonadismo vão depender principalmente da sua causa:

  • Causa tratável: Muitas vezes, tratar a causa já é suficiente para reestabelecer a produção de hormônios sexuais. É o caso de hipogonadismo causado por tumores, pela obesidade ou hipotireoidismo;
  • Causa não tratável: Nesse caso, quando tratar a causa do problema não leva ao retorno da produção hormonal, é indicada a reposição dos hormônios, como a testosterona, o estradiol e a progesterona, dependendo do sexo do paciente.

Os medicamentos usados podem vir em diferentes formulações, como comprimidos, adesivos ou injeções.

Mas é importante lembrar que esses tratamentos são complexos, e que o acompanhamento médico é imprescindível.

Dicas

  • Bons hábitos alimentares e a prática de atividades físicas para manter o peso corporal adequado ajudam a manter o bom funcionamento do corpo em geral. Isso ajuda a preservar os níveis hormonais e a evitar desequilíbrios, prevenindo o hipogonadismo tanto em homens quanto em mulheres;
  • No caso de doenças genéticas que causam o hipogonadismo, o problema de saúde não pode ser evitado. Mas a reposição hormonal indicada por um médico pode controlar a condição e amenizar os sintomas desagradáveis;
  • Como em qualquer outro tratamento de saúde, é importante discutir os riscos e benefícios associados à medicação prescrita, e ajustar as doses conforme a necessidade do organismo.
Fontes e referências adicionais

Você já foi diagnosticado com o hipogonadismo? Que tipo de tratamento o médico recomendou e que sintomas eram notados? Comente abaixo.

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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