A medicina ortomolecular acredita na influência das vitaminas, minerais, ácidos graxos, fitonutrientes, probióticos e prebióticos na prevenção e cura de doenças inflamatórias e psicoemocionais.
Os praticantes da medicina ortomolecular, geralmente, indicam concentrações específicas de nutrientes antioxidantes para combater o estresse oxidativo associado a doenças, como hipertensão, diabetes, artrite, esquizofrenia, TDAH, depressão, doenças neurodegenerativas e envelhecimento precoce.
Esse termo foi criado pelo cientista Dr. Linus Pauling, ganhador do Prêmio Nobel de Química, em 1954, e Prêmio Nobel da Paz, em 1962. Apesar de associarem sua invenção da medicina ortomolecular aos prêmios de Pauling, na verdade, os prêmios foram conferidos à sua descoberta sobre a natureza das ligações químicas e por sua campanha contra os testes nucleares.
Sendo assim, apesar das suas contribuições para a ciência, seu estudo sobre a medicina ortomolecular ainda não é confirmada e validada. Portanto, essa não é uma área reconhecida e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina.
O que é a medicina ortomolecular?
A primeira pesquisa usando a denominada “medicina ortomolecular” começou através do próprio Linus Pauling, que tomou sozinho altas concentrações de vitamina C para prevenir resfriados. Atualmente, ainda se acredita que a ingestão constante de vitamina C ajuda a prevenir e curar resfriados, no entanto, essa relação não tem confirmação científica.
Na atualidade, estudos continuam sendo desenvolvidos para identificar a influência de nutrientes específicos (vitaminas e minerais) no curso de doenças inflamatórias, neurodegenerativas e psiquiátricas.
As associações de medicina ortomolecular brasileira e mundiais, por exemplo, são representadas por pesquisadores que produzem informações e estudos relacionados à essa medicina. Os profissionais acreditam na abordagem da medicina integrativa para prevenção e solução de doenças.
O objetivo principal dessa abordagem, segundo essas associações, é promover um equilíbrio bioquímico, nutricional e celular, reduzindo o estresse oxidativo e, consequentemente, danos celulares que resultam em doenças e envelhecimento precoce.
A medicina ortomolecular funciona?
A abordagem ortomolecular pode ser benéfica ao promover um equilíbrio nutricional.
Entretanto, como demais áreas da ciência, pode sofrer algumas distorções, como as denominadas “dietas ortomoleculares” para emagrecimento e a suplementação de dosagens muito altas de vitaminas que nada tem a ver com equilíbrio nutricional.
Além disso, são necessários estudos mais completos e confiáveis para termos certeza do que realmente funciona e o que não funciona na medicina ortomolecular.
Um estudo publicado na revista Nutrients, por exemplo, propõe a suplementação de vitamina D para melhorar a saúde mental de pacientes diabéticos. Os resultados concluíram que houve uma influência positiva da suplementação de vitamina D na diminuição de ansiedade e depressão nos participantes.
Contudo, os pesquisadores também afirmam que o efeito benéfico só era observado quando associavam a suplementação a práticas de mindfulness (estado em que as preocupações com passado e futuro dão lugar à uma consciência avançada do “agora”, que inclui percepção de sentimentos, sensações e ambiente). Portanto, isso pode levantar dúvidas sobre se seriam as práticas de mindfulness ou, de fato, a suplementação que realmente influenciou na saúde mental dos participantes.
Sendo assim, a recomendação de vitaminas deve continuar sendo feita por um nutricionista quando realmente houver deficiência vitamínica ou outro tipo de desequilíbrio funcional, visto que não há validação sobre o uso de suplementação em excesso e melhora de doenças.
Riscos do excesso de suplementação
A nutrição ortomolecular baseada em altas dosagens de suplementos de vitaminas e minerais pode representar riscos de hipervitaminose (intoxicação por excesso de vitaminas). Dependendo da vitamina, a hipervitaminose pode gerar:
- Insuficiência renal
- Vômito
- Icterícia
- Queda de cabelo
- Confusão mental
- Calcificação óssea, em caso de excesso de vitamina D
Por fim, para saber como os alimentos e os nutrientes podem melhorar a sua qualidade de vida, veja como a nutrição funcional traz mais saúde e bem estar.
Fontes e referências adicionais
- Orthomolecular Medicine. Integr Med (Encinitas). 2019 Jun; 18(3): 74.
- Influence of Vitamin D Supplementation on Mental Health in Diabetic Patients: A Systematic Review. Nutrients 2021, 13(11), 3678.
Fontes e referências adicionais
- Orthomolecular Medicine. Integr Med (Encinitas). 2019 Jun; 18(3): 74.
- Influence of Vitamin D Supplementation on Mental Health in Diabetic Patients: A Systematic Review. Nutrients 2021, 13(11), 3678.