Por que é tão difícil fazer cocô enquanto estamos viajando? E o que fazer!

Quando viaja e precisa passar alguns dias, semanas ou até meses longe do conforto do seu lar – e do seu banheiro -, você percebe alguma mudança intestinal? Bem, se você tem dificuldade de fazer cocô nessas situações, talvez você sofra com a chamada constipação do viajante.

O maior estudo, por enquanto, sobre o tema foi publicado em 1978 no periódico suíço Schweizerische Medizinische Wochenschrift. Citada até hoje, a pesquisa relatou que 14% de um grupo de pessoas que viajou para áreas tropicais queixou que não conseguia fazer cocô e cerca de metade desses casos durou após o término da viagem.

O estudo avaliou o índice de doenças entre 10,5 mil turistas que retornavam dos trópicos e de um grupo de controle de 1,3 mil pessoas que voltavam dos Estados Unidos e do Canadá, por meio de um questionário respondido no voo de volta para a Suíça.

Enquanto a diarreia do viajante é mais comum nas regiões em desenvolvimento do mundo, a constipação pode acontecer em qualquer destino de viagem.

Sintomas

Cada pessoa tem a sua frequência normal em termos de quantas vezes faz o número dois por dia ou semana. Mas, segundo a Associação Gastroenterológica Americana, a frequência de movimentos intestinais em pessoas saudáveis varia de três movimentos por dia a três por semana.

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Saber disso é importante para identificar um dos sinais da constipação do viajante: movimentos intestinais infrequentes para o seu padrão enquanto está viajando ou longe de casa. Outro sintoma da condição são fezes duras ou secas que são difíceis de serem eliminadas.

Causas

Uma série de fatores pode contribuir com a constipação do viajante. Entre eles estão:

Mudanças na dieta

Segundo o professor assistente de medicina da Faculdade Touro de Medicina Osteopática, Niket Sonpal, a condição geralmente surge devido a abusos na alimentação. Afinal, não é incomum consumir mais carnes, mais carboidratos e menos fibras nas viagens.

Ao mesmo tempo, as fibras trazem muitos benefícios ao organismo, principalmente para a digestão, já que adiciona volume às fezes, além de amolecê-las, fazendo com que seja mais fácil eliminá-las.

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Desidratação

Pode ser mais difícil manter a hidratação em dia quando está viajando. De acordo com a gastroenterologista Kalyani Meduri, os aviões são notoriamente secos e pessoas que viajam de carro, ônibus ou trem podem optar por beber menos água para evitar precisar usar banheiros públicos.

Entretanto, um dos motivos pelos quais é importante manter a hidratação durante as viagens é que a água ajuda o alimento a passar pelo sistema digestivo e faz com que seja mais fácil liberar as fezes. Assim, os efeitos da desidratação costumam incluir a constipação.

Aproveite que está por aqui e fique de olho nos sintomas da desidratação.

Álcool

Muita gente se libera no quesito bebida alcoólica durante as viagens, mas além de todos os problemas que exagerar no álcool pode causar, ele também pode desidratar, levando a movimentos intestinais menos frequentes.

Estresse

Conforme a gastroenterologista Kalyani Meduri, o estresse associado a viajar pode dar uma atrasada no cronograma de liberação das fezes. Além disso, algumas pessoas ficam ansiosas com o fato de ter que fazer cocô em banheiros públicos. Como consequência, elas resolvem segurar o cocô, o que pode levar à constipação.

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Falta de movimento

A não ser que você vá a pé até o destino da sua viagem – o que é bem improvável -, o seu meio de transporte até o local certamente vai exigir que você permaneça sem se movimentar por certo período de tempo.

Segundo a Dra. Meduri, a inatividade tende a lentificar e até mesmo travar os movimentos intestinais.

Diferenças de horário e mudanças na rotina

O professor assistente de medicina Niket Sonpal apontou que o fuso horário pode ser outra questão, pois o corpo se acostuma a fazer cocô em determinados períodos, ao mesmo tempo em que a dieta determina a hora de fazer o número dois.

Em outras palavras, se você tem o hábito de fazer cocô após o café da manhã, lá pelas 7h30 ou 8h no fuso horário da sua cidade, o seu organismo pode ficar confuso quando você viajar para um local com fuso horário diferente e tomar café da manhã muito antes ou muito depois.

Sol e suor

De acordo com Sonpal, estar em um ambiente quente e úmido também pode desidratar uma pessoa, especialmente se ela não estiver acostumada com isso. Como vimos, a desidratação não é amiga de uma boa frequência intestinal.

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Altitude

Viajar para uma localidade com uma altitude muito maior do que a de costume pode causar constipação. Além disso, é possível ter constipação após voar.

Isso tem relação com uma condição chamada HAFE ou expulsão flatulenta de altitude elevada, que faz com que os gases no intestino expandam, resultando em desconforto e inchaço.

Prevenção

A boa notícia é que algumas dicas podem ajudar a prevenir a constipação do viajante. Por exemplo:

Tomar bastante água.
Consumir alimentos com fibras, como frutas e vegetais, mas não exagerar porque o excesso de fibras também pode ser prejudicial e até causar constipação. Quem não está acostumado a comer muitas fibras, deve adicionar o nutriente aos pouquinhos à dieta, pois aumentar a ingestão de fibras muito rapidamente pode provocar efeitos indesejáveis.
Moderar na ingestão de álcool, de alimentos ricos em gordura e de alimentos ricos em carboidratos.
Não segurar o cocô e ir ao banheiro logo que a vontade aparecer.
Tentar manter ao máximo a rotina em termos de dieta, sono e intervalos para usar o banheiro durante a viagem.
Fazer pausas para se levantar e caminhar, sempre que possível, durante o trajeto até o local de destino.

Se mesmo assim a constipação do viajante te atingir e não melhorar, procure ajuda médica, especialmente se você não estiver fazendo cocô há cinco dias. A constipação prolongada pode resultar na impactação fecal ou fezes presas no reto.

Outra orientação importante é buscar auxílio médico caso haja sangue nas fezes. As informações são do Livestrong.