A rosuvastatina é um medicamento indicado para a redução dos níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue. O controle do colesterol ajuda a diminuir os riscos de complicações graves de saúde, como o infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, e o acidente vascular cerebral (AVC), geralmente causados pelo acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos.
A rosuvastatina é muito benéfica para a redução dos níveis de colesterol ruim no sangue, porém é muito importante que você mude hábitos alimentares prejudiciais e pratique atividades físicas com regularidade. As mudanças comportamentais são fundamentais para a resolução da causa do problema, que é algo que o medicamento não pode fazer por você.
Veja mais detalhes sobre a rosuvastatina, para que serve, como funciona, como tomar, quais são as contraindicações e os possíveis efeitos colaterais do medicamento.
Para que serve a rosuvastatina
O uso da rosuvastatina, assim como de outros fármacos que controlam os níveis de colesterol, deve ser acompanhado de mudanças no estilo de vida alimentar e da inclusão da prática diária de exercícios físicos. Isso porque a maior parte dos fatores que levam ao aumento do colesterol ruim no sangue são modificáveis e evitáveis, se constituindo como pilares importantes do tratamento medicamentoso.
A rosuvastatina pertence à classe das estatinas, que inclui medicamentos desenvolvidos para reduzir os níveis de colesterol LDL, colesterol total e de triglicerídeos no sangue.
Ela é indicada no tratamento de diversas doenças, que têm como sintoma o aumento do colesterol ou triglicerídeos no sangue:
- Hipercolesterolemia primária: a pessoa desenvolve colesterol alto como consequência de defeitos no metabolismo de gorduras, determinados geneticamente.
- Dislipidemia mista: é o caso em que tanto os níveis de colesterol LDL quanto de triglicerídeos se encontram elevados no sangue.
- Altas taxas de triglicerídeos ou triglicérides
- Aterosclerose (isquemia): a rosuvastatina é usada para retardar ou impedir a progressão do processo de deposição de placas de gordura na parede dos vasos sanguíneos, que pode levar ao infarto e AVC.
- Prevenção de ataque isquêmico transitório: trata-se de um problema diferente do AVC, pois apesar de ocorrer a redução do fluxo sanguíneo para o cérebro (isquemia), ela dura pouco tempo e é insuficiente para causar a morte de células cerebrais.
- Medicamento pré-operatório: para proteção cardíaca em procedimentos cirúrgicos não cardiológicos.
Como a rosuvastatina funciona
A rosuvastatina atua impedindo uma etapa de produção do colesterol, por meio da inibição da enzima HMG-CoA redutase. Como resultado dessa inibição, há menor produção de colesterol LDL e de triglicerídeos, e um aumento do colesterol HDL, o colesterol bom. Dentre esses efeitos, o principal é a diminuição dos níveis de colesterol LDL no sangue. Entenda as diferenças entre colesterol LDL e HDL.
O grande destaque da funcionalidade da rosuvastatina é que, além de reduzir os níveis de colesterol no sangue, ela também confere uma proteção cardiovascular à pessoa que a utiliza.
A proteção cardiovascular se refere à estabilização das paredes dos vasos sanguíneos e de eventuais placas de gordura, impedindo que se soltem e formem trombos (coágulos), com potencial de obstruir uma artéria e provocar infarto ou AVC.
- Veja quais são os sintomas de infarto e os sintomas de AVC e como tratá-los.
Os efeitos benéficos da rosuvastatina podem demorar até mais do que 4 semanas para ocorrer.
Como tomar a rosuvastatina
A rosuvastatina é encontrada em farmácias e drogarias sob o nome comercial “Crestor®”, a marca de referência. Mas, você encontra versões genéricas com o mesmo princípio ativo: a rosuvastatina cálcica.
Os comprimidos são de 5 mg, 10 mg, 20 mg e 40 mg. As dosagens diárias usuais são de 5 a 40 mg por dia, não sendo muito comum utilizar a dosagem máxima, devido à maior incidência de efeitos colaterais.
Este medicamento deve ser usado apenas com prescrição médica, pois como é de uso contínuo, podem ocorrer efeitos colaterais que precisam ser avaliados e remediados pelo profissional responsável pelo seu caso, pois possui conhecimento do seu estado geral de saúde e suas necessidades terapêuticas.
A rosuvastatina não causa desconforto estomacal, portanto pode ser ingerida com água, acompanhada ou não de alimentos.
É recomendado que você tome o medicamento sempre no mesmo horário, de preferência aquele indicado pelo seu médico ou médica. Alguns estudos têm sugerido que o melhor horário para tomar a rosuvastatina seja à noite, porque é quando há maior produção de colesterol e menor ingestão alimentar. Entretanto, deve prevalecer a indicação de horário dada pelo profissional que te acompanha.
Caso você esqueça de tomar a rosuvastatina no horário de sempre, tome assim que lembrar, mas evite tomar a dose em dobro. Coloque alarmes no seu relógio ou celular, para te ajudar a se lembrar de tomar o medicamento sempre no mesmo horário.
Contraindicações da rosuvastatina
A primeira contraindicação é para pessoas que têm alergia à rosuvastatina cálcica ou a qualquer outro componente da fórmula.
A rosuvastatina pode ser contraindicada em algumas condições clínicas, a serem julgadas pelo médico ou médica responsável:
- Gestantes
- Lactantes
- Pessoas com doença ativa no fígado.
- Pessoas com aumento persistente e sem causa definida dos níveis de transaminases, enzimas presentes no fígado.
- Presença de doença ativa nos pulmões.
- Portadores de problemas musculares, como fibromialgia.
- Portadores de doenças nos rins ou na tireoide.
- Pessoas com pressão baixa.
- Ter histórico de convulsões.
- Ter mais do que 65 anos.
Crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos com hipercolesterolemia primária e idosos podem usar a rosuvastatina com uma dosagem devidamente ajustada para a idade. Pacientes idosos são tratados com mais cautela, pois podem apresentar outras doenças e fazerem uso contínuo de outros medicamentos, que podem interagir com a rosuvastatina.
Possíveis efeitos colaterais da rosuvastatina
Assim como os efeitos benéficos demoram para ocorrer, os efeitos colaterais também podem levar semanas até meses para aparecer.
Os efeitos colaterais mais comuns e transitórios do uso da rosuvastatina são:
- Dores de cabeça
- Náuseas
- Vômito
- Diarreia
- Dor abdominal
- Tontura
- Dores musculares
- Dores articulares
Um efeito colateral raro é a alteração da glicemia, que tende a ocorrer com mais frequência em pessoas com idade avançada e que já possuem taxas altas de glicose no sangue e síndrome metabólica.
Porém, quando os riscos de se desenvolver diabetes são comparados aos danos esperados pelos altos níveis de colesterol sem tratamento, eles são significativamente menores. Logo, é mais seguro iniciar e seguir o tratamento com a rosuvastatina, considerando que os riscos de eventos cardiovasculares ficam muito altos sem o devido tratamento.
A rosuvastatina também pode afetar a função do fígado, levando a alterações nos exames de transaminases, que são as TGO e TGP e, também em exames de marcadores de lesões musculares, como o CPK (enzima muscular). Porém, em doses habituais, a rosuvastatina raramente causa esses efeitos, se limitando aos efeitos colaterais transitórios.
Para evitar os efeitos colaterais associados à função hepática e muscular, os médicos geralmente evitam a combinação da rosuvastatina com a genfibrozila, usada para diminuir os níveis de triglicérides, e ciclosporina, um medicamento que reduz a ação do sistema imunológico.
Mudanças alimentares
Para fazer um controle do colesterol, não basta tomar remédios, é preciso mudar os hábitos alimentares e praticar atividade física regularmente.
De modo geral, é preciso reduzir o consumo de gorduras saturadas e gorduras trans.
As gorduras saturadas estão presentes nos seguintes alimentos:
- Carnes gordas: cupim, costela, picanha, pele de frango, vísceras, crustáceos, camarão e lagosta.
- Embutidos: toucinho, salsicha, salame, presunto e bacon.
- Leite integral e seus derivados
- Queijos gordurosos: parmesão, prato, mussarela e cheddar
- Manteiga
- Creme de leite
- Óleo de dendê
- Frituras em geral
As gorduras trans estão presentes nos produtos industrializados, por exemplo:
- Biscoito
- Pães
- Bolos
- Sorvetes
- Salgadinhos
Ao invés desses alimentos, consuma moderadamente aqueles ricos em gorduras monoinsaturada e poli-insaturada, e as versões light dos produtos mencionados anteriormente:
- Leite e iogurte desnatados
- Queijos magros: minas, frescal, ricota e cottage.
- Carnes magras: coxão duro, coxão mole, alcatra, patinho e frango sem pele.
- Peixes: atum, salmão, truta e sardinha.
- Azeite de oliva
- Óleo de canola, girassol e milho
- Margarina (sem exagero)
- Oleaginosas: frutos secos, castanhas, amêndoas, castanha-do-pará e nozes.
- Chocolate amargo
Vídeos:
Veja informações importantes sobre alimentos para baixar o colesterol e medicamentos como Sinvastatina, Atorvastatina, Rosuvastatina e outros do tipo nos vídeos a seguir. Aproveite para se inscrever no nosso canal com um clique no botão abaixo:
Fontes e referências adicionais
- Insuficiência cardíaca: Rosuvastatina ou ácidos gordos polinsaturados?, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2008; 24(5): 644-645.
- Impacto na função renal de uma dose de reforço de rosuvastatina prévia à intervenção coronária percutânea eletiva nos pacientes em uso crônico de estatina, Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva, 2012; 20(3): 303-308.
- Rosuvastatina na prevenção do tromboembolismo venoso, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2010; 26(1): 85-86.
Fontes e referências adicionais
- Insuficiência cardíaca: Rosuvastatina ou ácidos gordos polinsaturados?, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2008; 24(5): 644-645.
- Impacto na função renal de uma dose de reforço de rosuvastatina prévia à intervenção coronária percutânea eletiva nos pacientes em uso crônico de estatina, Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva, 2012; 20(3): 303-308.
- Rosuvastatina na prevenção do tromboembolismo venoso, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2010; 26(1): 85-86.