Usado como remédio para emagrecer, a sibutramina é uma substância polêmica, já que pode trazer diversos riscos e efeitos colaterais sérios para a saúde.
Mas, apesar de todas as polêmicas envolvendo esse medicamento, o seu uso para promover a perda de peso cresce a cada dia, seja com indicação médica ou por automedicação.
Por isso, a sibutramina deve ser utilizada com cautela, e sempre com a orientação de um especialista, de forma a minimizar os riscos, que veremos com mais detalhes a seguir.
O que é sibutramina?
A sibutramina é um remédio usado no tratamento da obesidade, e é indicado para pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 30.0 kg/m2.
Ela pode ser encontrada em farmácias e drogarias, nas doses de 10 e 15 mg, sendo vendida apenas com a apresentação de receita médica específica.
Entretanto, seu uso pode trazer uma série de riscos para a saúde, motivo que levou o medicamento a ser proibido nos Estados Unidos e em parte da Europa.
Veja também: Sibutramina emagrece mesmo?
Para que serve?
A sibutramina atua diretamente em algumas substâncias químicas no cérebro, chamadas de neurotransmissores. Assim, ela aumenta a concentração de noradrenalina, serotonina e dopamina no sistema nervoso central, o que ajuda a reduzir o apetite e a promover a sensação de saciedade.
Mas, o seu uso deve ser feito em conjunto com uma reeducação alimentar e com a prática regular de exercícios físicos, de forma a evitar o efeito sanfona após terminar o tratamento com o remédio.
Efeitos colaterais mais comuns
A sibutramina tem uma lista imensa de efeitos colaterais, embora nem todos ocorram com frequência. Os mais comuns são:
- Dor de cabeça
- Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial
- Boca seca
- Insônia
- Tremores nas extremidades
- Formigamentos e mesmo paralisia em algumas partes do corpo
- Ondas de calor
- Mudanças no paladar.
Mas, de forma geral, muitos desses sintomas tendem a desaparecer, ou ao menos diminuir, no decorrer do tratamento.
Riscos e contraindicações
Quando a sibutramina foi proibida nos EUA em 2010, a Anvisa revisou os riscos do uso do medicamento e concluiu que existem benefícios no tratamento de pacientes obesos, quando ele é feito com os devidos cuidados.
Por esse motivo, seu uso continua sendo permitido no Brasil desde que o remédio obtido com prescrição médica de controle especial e que seja usado de acordo com orientação médica e para nenhum outro fim.
Entretanto, existem algumas contraindicações que podem aumentar o risco de desenvolvimento de efeitos potencialmente perigosos. São elas:
- Hipertensão grave ou descontrolada
- Distúrbios alimentares, como anorexia ou bulimia
- Histórico de doenças arterial coronariana ou aterosclerose
- Histórico de doença cardíaca, como insuficiência cardíaca congestiva ou distúrbio no ritmo cardíaco
- Histórico de ataque cardíaco ou acidentes vasculares cerebrais.
Além disso, existem outros fatores de risco, como:
- Uso de pílulas ou substâncias estimulantes ou psicoativas, como alguns remédios usados no tratamento da hiperatividade
- Glaucoma
- Doença no fígado ou nos rins
- Depressão
- Problemas na tireoide não tratados
- Epilepsia ou distúrbio convulsivo
- Distúrbios de coagulação no sangue
- Histórico de cálculos biliares
- Uso por adolescentes menores de 16 anos e idosos maiores de 65 anos.
Sibutramina faz mal?
Como demonstrado anteriormente, o uso da sibutramina no tratamento da obesidade por si só já traz riscos, mesmo quando o medicamento é utilizado corretamente, com a supervisão de um médico.
E esses riscos são ainda maiores quando o uso indiscriminado ou sem indicação é feito, uma vez que, nesses casos, não há o acompanhamento médico.
Por isso, a automedicação é algo extremamente arriscado, pois o medicamento possui uma série de contraindicações, e apenas um médico pode determinar se o medicamento terá algum benefício para cada caso.
Interações medicamentosas
A sibutramina é um medicamento que interage com uma série de outras substâncias, podendo trazer sérios riscos para a saúde. São elas:
- Antidepressivos da classe dos inibidores de monoamina oxidase (MAO) como a furazolidona, isocarboxazida, fenelzina, rasagilina, selegilina ou tranilcipromina. Nesse caso, é recomendada a suspensão dos IMAOs 15 dias antes de iniciar o uso da sibutramina
- Antidepressivos da classe inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS), devido ao risco de desenvolvimento da Síndrome serotoninérgica
- Efedrina ou pseudoefedrina, que são medicamentos que podem aumentar a pressão arterial, e estão presentes em alguns descongestionantes nasais, antitussígenos, antigripais e antialérgicos.
Cuidados especiais
Além dos cuidados normais com o medicamento, como respeitar os horários e as doses recomendadas pelo médico, existem alguns riscos extras que devem ser observados por quem utiliza a sibutramina. São elas:
- Dependência química: Alguns especialistas afirmam que o uso de sibutramina por muito tempo pode causar dependência química, e por isso, o medicamento não deve ser usado por períodos mais longos do que 2 anos.
- Não use álcool: Por ser uma substância psicoativa, a combinação do álcool com a sibutramina pode causar em sintomas de euforia extrema, podendo resultar em um surto psicótico.
- Gravidez: Na gravidez, a sibutramina é classificada na categoria C, o que significa que há indícios em estudos em animais de que a substância pode causar danos ao feto, mas não existem provas científicas em humanos. Dessa forma, não é indicado usar o medicamento sem antes conversar com um médico.
Fontes e referências adicionais
- Sibutramine Effects on Central Mechanisms Regulating Energy Homeostasis, Current Neuropharmacology.
Fontes e referências adicionais
- Sibutramine Effects on Central Mechanisms Regulating Energy Homeostasis, Current Neuropharmacology.