Alimentos que Prejudicam a Cicatrização de Feridas, Tatuagem, Piercing ou Cirurgia

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Quando alguém faz uma tatuagem ou piercing, sofre uma ferida ou se submete a um procedimento cirúrgico, é iniciado no corpo um processo de cicatrização. Esse processo conta com várias etapas: a hemostasia (interrupção do sangramento), a coagulação, a inflamação, a reconstrução e a maturação.

Logicamente, a pessoa que passa por um processo de cicatrização vai querer que ele aconteça da maneira mais eficiente e rápida possível, não é mesmo?

Entretanto, para isso, é necessário ficar de olho não somente no estado da região que recebeu o piercing ou tatuagem, da área que foi machucada ferida ou onde a cirurgia ocorreu – também é importante tomar cuidado com os alimentos que consome ao longo do período, ou seja, existe o que não pode comer quando faz tatuagem, após uma cirurgia, etc.

Isso porque existem alguns que alimentos que não são tão indicados para o momento, devido ao fato de poderem atrapalhar um processo de cicatrização. Estamos falando daquelas comidas que podem ser popularmente conhecidas como alimentos remosos ou reimosos.

O perigo dos alimentos inflamatórios (pró-inflamatórios)

Durante um período de cicatrização, o mais indicado é consumir uma quantidade mínima de alimentos inflamatórios, que podem favorecer uma cicatrização que demore mais tempo ou que seja mais irregular.

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Outro perigo do consumo de alimentos inflamatórios durante um processo de cicatrização é que quando um processo inflamatório está exacerbado, a capacidade de cicatrização do organismo pode aumentar bastante e resultar na formação da chamada cicatriz queloide. Trata-se de um crescimento anormal do tecido cicatricial, que se forma em uma região da pele onde houve traumatismo, corte ou ferimento, após a cura do mesmo.

Ainda que a queloide se trate de uma alteração benigna, ou seja, que não traz riscos para a saúde, a sua aparência não é exatamente agradável. No entanto, quais podem ser esses alimentos inflamatórios ou pró-inflamatórios?

1. Açúcar

Aqui, entra não somente o açúcar branco, mas também os alimentos açucarados com ingredientes como xarope de milho, xarope de frutose, mel, entre outros. Uma quantidade excessiva de açúcar é pró-inflamatória e pode atrapalhar o processo de cicatrização.

Por isso, além de evitar encher o café ou o suco de açúcar de mesa é importante procurar pela lista de ingredientes dos produtos que for consumir (inclusive dos salgados) para verificar se eles não contêm muito açúcar.

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No entanto, ao fazer isso é necessário atentar para o fato de que nem sempre o açúcar é apresentado como “açúcar” na lista de ingredientes dos produtos – existem mais de 60 nomes que também podem se referir à substância.

Por exemplo, o açúcar também pode ser chamado pelos nomes de xarope de glicose, xarope de frutose, xarope de milho e demais xaropes, mel, palavras com a terminação “ose” e outros tipos de açúcar como açúcar invertido, açúcar mascavo e açúcar demerara.

Portanto, se encontrar algum nome estranho na lista de ingredientes, pesquise para checar se não se trata de algum tipo de açúcar. É importante ressaltar também que os ingredientes são mencionados na lista de ingredientes contida na embalagem em ordem crescente: o primeiro item apresentado é o que está presente em maior quantidade no produto e assim sucessivamente.

Então, se o açúcar aparecer antes na lista de ingredientes, a comida ou bebida em questão contém bastante da substância.

2. Gorduras

A essa altura você provavelmente já sabe que existem gorduras boas e gorduras ruins, não é mesmo? Pois bem, o tipo de gordura consumida durante o período de cicatrização pode fazer com que o organismo fique mais pró-inflamatório ou mais anti-inflamatório.

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Quando se fala em gorduras anti-inflamatórias, a referência é ao ácido graxo ômega-3 que é um tipo de gordura boa capaz de intermediar uma onda mais anti-inflamatória no organismo, o que beneficia o processo de cicatrização.

Por outro lado, os alimentos ricos em gorduras trans e nos ácidos graxos ômega-6 são mais pró-inflamatórios. Portanto, eles devem ser consumidos em menor quantidade quando o corpo estiver passando por um  processo de cicatrização.

Com isso, a recomendação é evitar a ingestão de alimentos industrializados durante o período e priorizar os alimentos fontes de ômega-3 em relação aos alimentos que contêm ômega-6 – isso se traduz em consumir mais itens como atum, sardinha, linhaça e chia, por exemplo.

3. Bebidas alcoólicas

Diversos estudos já apontaram que quando alguém consome bebida alcoólica, são aumentados os seus níveis de proteína C-reativa, que é o marcador mais clássico de inflamação do organismo. Isso significa que o álcool gera uma elevação nos processos inflamatórios do corpo. Em outras palavras, as bebidas alcoólicas não combinam com um período de cicatrização.

4. Alguns tipos de carne

Carne de porco, camarão e, principalmente, os embutidos e as carnes defumadas, processadas e industrializadas como presunto, apresuntado, salame, mortadela, salsicha e linguiça, por exemplo, são outros alimentos que não devem ser consumidos durante o período de cicatrização.

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Essas carnes são compostas por proteínas de alta glicação, que estimulam bastante a produção de fatores pró-inflamatórios no organismo. Esses produtos também podem ser ricos em ômega-6 e gorduras trans, que como vimos lá em cima também atrapalham a cicatrização.

Mas e quanto ao leite? E o chocolate?

Tem gente que já ouviu falar que o leite e os produtos laticínios também podem ser remosos ou reimosos. Entretanto, essa pode ser uma questão individual, uma vez que o leite pode provocar a má digestão, distensão abdominal e diarreia para algumas pessoas.

Quando isso acontece, a flora intestinal é prejudicada, o que aumenta a capacidade de que ele seja um agente mais pró-inflamatório. Mas vale ressaltar que esse não é um efeito que se repete em todas as pessoas.

De qualquer maneira, a recomendação geral é se abster do leite durante o período de cicatrização, principalmente no caso das pessoas que já sabem que têm problemas com o consumo da bebida.

Quanto ao chocolate, algumas versões do produto são ricas em gorduras trans e açúcar, que como já aprendemos acima, favorecem o lado pró-inflamatório. Portanto, evitar o chocolate ao longo de um processo de cicatrização também é uma boa ideia.

Vídeo:

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Fontes e Referências Adicionais:

Você já conhecia os alimentos que prejudicam a cicatrização de feridas, tatuagem, piercing ou cirurgia? Pretende evitá-los agora? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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