O assunto pandemia do novo coronavírus faz parte de todos os grupos de conversa no mundo. A grande pergunta que não quer calar ainda parece demorar para ter resposta certa. Quando será que teremos uma vacina?
Mas, enquanto isso, estudos científicos ganham a frente em pesquisas de um possível remédio para o novo mal do século. E ele pode estar em uma substância que já conhecemos: a estatina.
Para acelerar a busca por novas terapias, os pesquisadores da UC San Diego Health e da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, testaram medicamentos já conhecidos como seguros para uso humano contra o novo coronavírus.
O que é estatina e para que serve?
Estatina é como se chama um conjunto de medicamentos voltados a reduzir o colesterol. Normalmente, são utilizados por quem tem dificuldade em manter o controle do colesterol apenas com atividades físicas e alimentação adequada, entre outras complicações cardiovasculares.
Em média, a estatina consegue reduzir cerca de 30% do índice de colesterol ruim.
O que sabemos a partir das pesquisas
Segundo os pesquisadores, há evidências suficientes para comprovar que a estatina pode ser um grande aliado na luta contra o COVID-19.
1. Menos chances de complicações
Por enquanto, os pesquisadores descobriram que o uso da estatina antes da internação hospitalar para COVID-19 foi capaz de reduzir mais de 50% do risco de desenvolver estágio grave da doença em comparação com aqueles com COVID-19 que não fazem uso de estatinas.
Além disso, pacientes com COVID-19 que tomaram estatinas tiveram melhor desempenho durante o tratamento.
2. Recuperação mais rápida
Outro ponto que pode ser um grande avanço na busca do tratamento para o COVID-19 é que os pacientes que estavam tomando estatinas antes da hospitalização também se recuperaram mais rápido. Isso em comparação com aqueles que não tomaram a medicação.
3. Proteção contra infecção
Os cientistas descobriram ainda que a estatina, além de segura, é uma importante proteção contra uma infecção grave de COVID-19.
Com base nos estudos apresentados, ela pode inibir de forma específica a infecção por SARS-CoV-2 por meio de seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios e capacidades de ligação, pois isso pode interromper a progressão do vírus no corpo humano.
O que ocorre no corpo humano
As estatinas são benéficas na prevenção ou redução da gravidade da infecção por SARS-CoV-2, pois, embora tenham o objetivo de remover o colesterol dos vasos sanguíneos, também removem o colesterol das membranas celulares. Como resultado, o coronavírus não consegue entrar.
Em outras palavras, é um processo que ocorre normalmente e ganha alta velocidade durante algumas infecções virais.
No caso da pesquisa, a adição de 25HC (uma forma modificada de colesterol chamada 25-hidroxicolesterol) inibiu a capacidade do vírus de entrar nas células, o que bloqueou a infecção quase completamente.
Efeitos colaterais
Como todos os medicamentos, as estatinas podem causar efeitos colaterais, incluindo problemas digestivos e dores musculares, e podem não ser uma opção para muitas pessoas com COVID-19.
As estatinas são aprovadas para uso humano, mas o 25HC é um produto natural atualmente disponível apenas para testes em laboratório. Ainda há muitas etapas a serem cumpridas antes que ele possa ser testado em testes clínicos em humanos.
Enquanto o remédio não vem
Boas notícias à parte, é importante destacar que não há tratamentos aprovados para a infecção causada pelo coronavírus. Por isso, é importante manter os cuidados básicos com a prevenção da COVID-19.