Pouca menstruação (fluxo reduzido): 7 causas e o que fazer

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Ter pouca menstruação, tanto em volume quanto em duração do fluxo menstrual, pode ter causas simples, como estresse crônico, pré-menopausa, alterações no peso corporal e excesso de treinamento (overtraining). Mas, também pode ter causas mais complexas, que exigem um tratamento médico específico, como a síndrome dos ovários policísticos e o hipertireoidismo

Quando o fluxo menstrual reduzido ocorre de maneira pontual, ou seja, em um ciclo ou dois, geralmente não indica nenhum problema grave de saúde. Mas, quando a irregularidade se mantém por mais de três ciclos, há sangramento entre as menstruações e cólicas muito fortes, é o caso de procurar ajuda de um médico ou médica ginecologista. 

Veja as principais causas de ter pouca menstruação e o que fazer. 

Estresse crônico

O estresse é tanto uma reação psicológica quanto fisiológica (do organismo) a situações e fatores estressantes, que podem ser emocionais, físicos e sociais. O estresse crônico é aquele que persiste por um longo tempo, gerando impactos negativos à saúde física e emocional de uma pessoa. 

Mulheres que vivenciam uma alta demanda em seu trabalho e/ou no lar, podem sofrer de estresse crônico, caracterizado pela sensação de incapacidade diante dos afazeres diários, falta de controle sobre sua vida e irritabilidade. 

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No organismo, o estresse ativa uma via hormonal que está associada ao aumento dos níveis hormonais de cortisol e de hormônio liberador de corticotrofina (CRH). Níveis elevados desses hormônios podem causar: 

  • Uma ovulação anormal, gerando ciclos menstruais mais curtos, ou seja, com pouca menstruação. 
  • Anovulação, que é a ausência de ovulação.
  • Amenorreia, que é a falta de menstruação. 

O que fazer

Pode ser uma tarefa difícil evitar o estresse, mas você pode fazer algumas mudanças comportamentais ou adotar alguns hábitos que podem te ajudar a lidar com ele. 

Por exemplo, exercitar-se regularmente, cultivar hábitos alimentares saudáveis, separar um tempo para conversar e sair com amigos e familiares, e se engajar em atividades sociais e culturais do seu interesse podem te ajudar a lidar com o estresse crônico e a reduzi-lo. A música também pode te ajudar neste sentido, veja o que é musicoterapia.  

Climatério e menopausa

Menstruação
A pré-menopausa é o último ciclo menstrual da mulher

A menopausa é um processo natural que ocorre com o envelhecimento da mulher, em geral na faixa etária dos 40 a 60 anos, e é definida como a cessação da menstruação e, com isso, o fim de sua capacidade reprodutiva. Em termos populares, a menopausa é a última menstruação da mulher. 

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Climatério, ou pré-menopausa, faz referência ao período de transição da fase fértil para a menopausa, propriamente dita. Nesse período, os ovários não funcionam como antes, diminuindo a sua produção hormonal. Por isso, muitos sintomas físicos e emocionais se desenvolvem no climatério. 

Um desses sintomas é a irregularidade do ciclo menstrual, com diminuição do fluxo menstrual, devido à menor concentração de hormônios sexuais femininos, especialmente de estrogênio. Confira quais são os principais sintomas da menopausa

O que fazer

O climatério e a menopausa não são uma doença, nem uma disfunção, portanto não necessitam de um tratamento específico. Porém, quando sintomas físicos e emocionais são muito agressivos e causam muitas mudanças desagradáveis na vida da mulher, pode ser o caso de se fazer um tratamento medicamentoso de reposição hormonal e acompanhamento psicológico. 

Alterações bruscas no peso

Mulheres que fazem dietas muito restritivas para perder peso ou que sofrem o efeito sanfona, caracterizado pela perda rápida de peso, seguida de um ganho igualmente rápido, podem ter alterações em seu ciclo menstrual, que pode ficar irregular e com um fluxo reduzido. Veja como parar o efeito sanfona e não engordar de novo

Além dos regimes, transtornos alimentares graves, como anorexia e bulimia, estão associados a uma menstruação escassa ou até inexistente, devido ao baixo peso corporal, que atrapalha a produção dos hormônios. Veja quais são os sintomas da bulimia e da anorexia

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Da mesma forma, o excesso de gordura corporal desequilibra os níveis hormonais no organismo, podendo prejudicar a regularidade e o volume do fluxo menstrual, tornando-o mais escasso. Veja qual é o seu percentual de gordura corporal ideal e como alcançá-lo

O que fazer

Se o seu peso corporal está prejudicando a sua saúde ou trazendo sofrimento emocional, procure ajuda de um nutricionista ou nutrólogo(a), para que você perca gordura ou ganhe peso de maneira saudável, sem prejudicar o seu estado nutricional e sua saúde emocional. É fundamental que a alteração do peso corporal ocorra de forma gradual e controlada, para que seu organismo vá se ajustando às mudanças. 

Excesso de treinamento (overtraining)

Overtraining
O overtraining pode provocar déficit calórico e energético do organismo

O overtraining é uma condição na qual a pessoa se exercita além da capacidade de recuperação do corpo, gerando sintomas físicos e psíquicos. Um desses sintomas na mulher é a diminuição do fluxo menstrual e a amenorreia, que é quando a mulher não menstrua. Veja quais são os outros sintomas do overtraining e como tratar

O excesso de treinamento pode fazer com que seu metabolismo trabalhe com energia negativa (severo déficit calórico), fazendo com que ele economize a energia que seria destinada à produção de estrogênio e progesterona, que regulam o ciclo menstrual, para outras funções vitais. Com isso, o fluxo menstrual começa a ficar irregular, escasso, até que pára completamente. 

O que fazer

Apesar de algumas mulheres preferirem não menstruar, esse quadro de redução ou cessação do fluxo menstrual por excesso de treinamento não é normal e precisa ser corrigido. 

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Se você é acompanhada por um professor(a) de educação física ou personal trainer, peça ajuda para deixar o seu treino equilibrado, sustentável em longo prazo, sem prejudicar sua performance e saúde física e emocional. Dê atenção à sua alimentação e ao descanso, que são fundamentais para que seu corpo consiga se recuperar do treinamento. 

Confira este artigo sobre deload week, que pode te ajudar nesse processo de recuperação física. 

Gravidez

Durante a gravidez, a mulher não menstrua, por causa do desenvolvimento do bebê no útero. Entretanto, algumas mulheres podem ter um leve sangramento de escape ou spotting cerca de 15 dias após a concepção. Normalmente, este leve sangramento é rosado e dura em torno de 2 dias, podendo causar cólicas semelhantes às da menstruação. Veja outros sintomas de gravidez, que nem todas conhecem

O que fazer

Por se tratar de um sangramento de escape, ele ocorre fora do período menstrual do ciclo, não configurando uma menstruação. Na presença deste sinal, é recomendado fazer um teste de gravidez. 

Se a gravidez se confirmar e o sangramento se tornar mais intenso, de cor vermelho-vivo, e vir acompanhado de náuseas e vômitos, é importante buscar ajuda médica o mais rápido possível, para verificar se está ocorrendo um aborto espontâneo ou uma gravidez ectópica, que ocorre fora do útero. Veja mais detalhes sobre o assunto de sangramento na gestação.

Síndrome dos ovários policísticos

A síndrome dos ovários policísticos é uma condição provocada pelo desequilíbrio dos hormônios, causando a formação de pequenos cistos nos ovários, que são pequenas bolsas cheias de um conteúdo líquido ou semissólido.  

Mulheres com síndrome dos ovários policísticos apresentam altos níveis de andrógenos, uma classe de hormônios que inclui a testosterona. Por isso, podem sofrer com excesso de pelos faciais e corporais, acne e alterações de humor. Os ciclos menstruais tendem a ficar irregulares, podendo ocorrer fluxos muito intensos ou muito escassos. Além disso, essa condição pode gerar dificuldade para engravidar. Veja a relação entre a síndrome dos ovários policísticos e a gravidez

Os cistos, em si, não são a causa da síndrome, mas um sintoma. A causa específica ainda não é conhecida, mas tem relação com a resistência à insulina e à inflamação no corpo. Veja algumas dicas de como melhorar a resistência à insulina

O que fazer

A síndrome dos ovários policísticos é uma condição que precisa ser diagnosticada e tratada, pois pode trazer danos à saúde, como o desenvolvimento de diabetes tipo 2, infertilidade, apneia do sono, gordura no fígado, doenças cardiovasculares, depressão e câncer no útero. 

Por isso, ao perceber irregularidades na menstruação, consulte seu ginecologista. Possivelmente, você terá que fazer um ultrassom pélvico, para ver os ovários e o útero, e exames de sangue para conferir os níveis dos seus hormônios. 

Os tratamentos envolvem ajustes na dieta, para reduzir o consumo de carboidratos simples, e a prática de exercícios físicos regulares. Entenda as diferenças entre carboidratos simples e complexos. Pode haver a necessidade de tratamento medicamentoso, com pílulas anticoncepcionais, remédios antidiabéticos e antiandrógenos.  

Hipertireoidismo

Hipertireoidismo
Mulheres com hipertireoidismo podem ter diminuição do fluxo menstrual

Distúrbios da glândula tireoide podem influenciar diretamente a menstruação, já que os hormônios produzidos por ela são responsáveis por regular o metabolismo, deixando-o mais lento (hipotireoidismo) ou mais acelerado (hipertireoidismo). 

Os hormônios da tireoide influenciam o funcionamento dos ovários, resultando em alterações na menstruação. Em um quadro de hipertireoidismo, no qual há produção excessiva de hormônios tireoidianos, o ciclo menstrual pode apresentar as seguintes alterações: 

  • Atraso da primeira menstruação (menarca), quando o hipertireoidismo está presente na infância. 
  • Atraso na menstruação, resultando em ciclos menstruais mais espaçados. 
  • Diminuição do fluxo menstrual.
  • Ausência de menstruação.

O que fazer

É preciso fazer exames que avaliam a tireoide, para diagnosticar o hipertireoidismo e tratá-lo, com a regulação dos níveis dos hormônios tireoidianos, que geralmente envolve o uso de iodo radioativo e medicamentos antitireoidianos e betabloqueadores. 

Fontes e referências adicionais

Você já teve um fluxo menstrual reduzido? Foi ao ginecologista para investigar a causa? Teve que fazer algum tipo de tratamento? Comente abaixo!

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