Sentir cansaço físico ou cansaço mental é algo normal, que faz parte da vida e que não dá para evitar depois de um longo dia de trabalho, de passar horas estudando, de cuidar dos filhos o dia inteiro ou de uma sessão puxada de exercícios físicos, por exemplo.
Entretanto, quando a pessoa se sente cansada o tempo todo, com sono excessivo e tem dificuldade para se concentrar, mesmo depois de ter tido uma boa noite de sono e sem ter uma rotina tão puxada, sem estar muito estressada ou sem ter feito muita atividade física, pode ser que alguma coisa esteja errada.
Com o passar do tempo, esse cansaço atrapalha tanto a vida profissional e os estudos quanto a vida social da pessoa, que passa a se acostumar como o cansaço constante, como se fosse normal ou corriqueiro. Pior ainda: para lutar contra esse cansaço, algumas pessoas abusam de café e outros alimentos e bebidas com cafeína, energéticos e estimulantes, que fazem mal quando são consumidos excessivamente.
Mas o que pode fazer com que alguém se sinta cansado o tempo todo, ainda que não haja motivo aparente? Vamos conhecer as possíveis causas de todo esse cansaço na lista a seguir:
1. Má qualidade do sono
Em alguns casos, a pessoa pode achar que está dormindo o suficiente quando, na realidade, não está dormindo tão bem assim. A má qualidade do sono é uma das principais possíveis causas do cansaço constante porque uma noite mal dormida vai impactar diretamente na disposição, na atenção e no cansaço experimentado no dia seguinte.
Afinal, dormir serve para descansar e repor as energias para o dia que está por vir.
É importante ficar atento ao que pode atrapalhar uma boa noite de sono, como:
- Ingerir muitos líquidos antes de dormir, que obriga a pessoa a acordar no meio da noite para fazer xixi e interrompe o sono;
- Consumir bebidas alcoólicas – em um primeiro momento, o álcool pode dar uma relaxada e fazer cair no sono, entretanto, posteriormente ele fará com que o sono não seja tão reparador.;
- Mexer no celular antes de dormir: aquela luz azul do smartphone atrapalha a pegar no sono;
- Ansiedade – algumas pessoas vivem ansiosas e simplesmente não conseguem relaxar para conseguir pegar no sono;
- O incômodo provocado pelo refluxo.
Descobrir o que pode estar atrapalhando a qualidade do sono é fundamental para corrigir o problema, voltar a dormir melhor e passar a não se sentir tão cansado. Para isso, pode ser necessário o auxílio médico ou psicológico. Se você desconfiar que está sempre cansado porque sua qualidade do sono não anda muito boa, procure ajuda profissional.
2. Sedentarismo
Se a pessoa não se movimenta muito, como pode ficar cansada? Pois é, mas o fato de não praticar atividade física alguma pode gerar cansaço porque o corpo humano foi criado para se movimentar e não para ficar parado. Segundo a Augusta Health, hospital comunitário da Virgínia, nos Estados Unidos, manter-se ativo é essencial para prevenir a fadiga.
A instituição mencionou um estudo da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, que apontou que fazer um exercício de nível moderado a intenso por 20 minutos estimula a energia mais do que ser sedentário. A pesquisa também identificou que quando pessoas sedentárias passaram a fazer um treinamento físico regular, o seu cansaço e fadiga melhoraram mais do que aquelas que não iniciaram a atividade física.
Para quem nunca fez atividade física, realmente pode ser um desafio começar do zero. Mas é preciso lembrar que além dos benefícios em relação aos níveis de energia, os exercícios são positivos para a forma física e para a saúde como um todo.
O ponto de partida pode ser tornar o dia a dia mais ativo: por exemplo, aproveitar os benefícios de fazer caminhadas, trocar as escadas rolantes e os elevadores pelas escadas normais, andar até os lugares próximos em vez de usar o seu automóvel e brincar mais com os filhos ou crianças da família, por exemplo.
O próximo passo é checar com o médico para saber qual tipo de exercício você está apto a praticar e começar o seu treino no nível iniciante com o auxílio de um bom educador físico.
3. Anemia
A anemia é uma doença caracterizada pela falta de glóbulos vermelhos saudáveis para transportar oxigênio aos tecidos corporais, que pode fazer com que a pessoa se sinta cansada e fraca. Por isso, é importante ficar atento ao surgimento de outros sintomas associados à anemia, como:
- Pele pálida ou amarelada;
- Batimentos cardíacos irregulares;
- Falta de ar;
- Tontura ou vertigem;
- Dores de cabeça;
- Mãos e pés frios.
Existem diversos tipos e possíveis causas para a anemia. A depender do que provocou a condição, pode ser que não sejam manifestados sintomas. Além disso, no início a anemia pode ser tão leve ao ponto de não ser percebida – os sintomas só pioram conforme o quadro também se agrava.
Por isso, é fundamental manter as consultas médicas e os exames de check-up regulares para ter a possibilidade de identificar e tratar a doença, mesmo quando ela não ainda não trouxer sintomas ou quando ainda não tiver gerado sintomas tão notáveis.
4. Consumir muitos alimentos industrializados e ultraprocessados
Esses produtos industrializados e ultraprocessados são lotados de corantes, conservantes e glutamato monossódico, além de geralmente ser ricos em calorias e gorduras ruins, na forma de gorduras trans.
Como se não bastasse, eles apresentam níveis extremamente baixos de micronutrientes importantes para a saúde do organismo – vitaminas, minerais e antioxidantes – que exercem um papel muito importante em relação às reações do corpo.
O ideal é consumir uma quantidade bem mínima de alimentos industrializados e ultraprocessados, como os congelados e os salgadinhos, e lotar a dieta de alimentos frescos, naturais e nutritivos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas e proteínas de qualidade, por exemplo.
5. Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é caracterizado pelo baixo funcionamento da glândula tireoide, que fica localizada na região da garganta e é responsável pela produção de hormônios que afetam todas as células e órgãos do corpo humano.
A fadiga e a fraqueza muscular fazem parte da lista de sintomas do hipotireoidismo: a doença está associada a um metabolismo mais lento, que é o responsável por fazer com que o paciente sinta-se mais cansado.
A condição também pode provocar sintomas como: aumento da sensibilidade ao frio; prisão de ventre; pele seca; ganho de peso; inchaço no rosto; rouquidão; aumento do colesterol; dor, sensibilidade e rigidez muscular; dor, rigidez e inchaço nas articulações; períodos menstruais irregulares ou mais pesados que o normal; queda de cabelo; ritmo cardíaco lento; depressão; problemas de memória e alargamento da glândula tireoide.
Independente de notar esses sintomas ou não – até porque no início eles mal podem ser percebidos ou serem atribuídos ao processo normal de envelhecimento – é fundamental manter as consultas médicas e os exames de rotina regulares para verificar se anda tudo bem com a glândula tireoide.
6. Desequilíbrio nos níveis de açúcar no sangue
Isso é muito observado nas pessoas que consomem carboidratos de índice glicêmico muito alto, como pão branco, macarrão branco, bolachas doces, bolos, tortas, sorvetes, produtos industrializados, bebidas açucaradas, itens de padaria e produtos com muito açúcar ou carboidrato simples embutido em geral, por exemplo, sem a companhia de fontes de fibras, fontes de proteínas e fontes de gorduras boas.
Esses três grupos de alimentos tornam a absorção desse carboidrato mais lenta e, consequentemente, diminuem a sua velocidade de entrada na corrente sanguínea. O que é importante porque os carboidratos de alto índice glicêmico apresentam uma velocidade de absorção muito alta e se transformarem em açúcar muito rapidamente.
Quando esses carboidratos de índice glicêmico elevado entram tão rapidamente na corrente sanguínea, é enviado um sinal ao cérebro que informa que a quantidade de açúcar no sangue está muito alta, algo que é tóxico para o organismo. Então, o cérebro ordena que o pâncreas secrete mais insulina para regularizar os níveis sanguíneos de açúcar – se não for usado na prática de atividade física, esse açúcar em excesso será armazenado na forma de gorduras.
Essa oscilação entre a subida e a descida nos níveis de açúcar no sangue pode causar muito cansaço ao longo do dia. Para evitar que isso aconteça, o ideal é consumir carboidratos de índice glicêmico mais baixo – os carboidratos complexos como batata doce, arroz integral e aveia, por exemplo – ao lado dos grupos alimentares que lentificam a absorção de carboidratos, já mencionados lá em cima.
Com informações da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos, e da Universidade de Michigan nos Estados Unidos.
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