IGF-1 alto ou baixo demais – O que é, exame, tratamentos

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O IGF1, ou somatomedina C, é um dos responsáveis pelo bom desenvolvimento do corpo, e por isso é importante saber o que ele é e o que significa quando seu nível está alto ou baixo.

Mas nem sempre as alterações significam problemas graves, já que a produção dessa substância pode ser afetada por uma série de fatores, desde a idade até a alimentação.

Então, a seguir vamos conhecer melhor o IGF-1 e os seus efeitos, além de ver formas de controlar a sua produção naturalmente.

O que é IGF-1?

O fator de crescimento semelhante à insulina 1, também conhecido como IGF-1, é uma substância naturalmente produzida pelo fígado, quando o órgão recebe o estímulo do hormônio de crescimento.

Essa dupla, IGF-1 e hormônio de crescimento, promove o crescimento e desenvolvimento de praticamente todos os tecidos do corpo, e por isso a sua dosagem é realizada quando alguns problemas relacionados ao crescimento são detectados.

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Além disso, ele afeta também o metabolismo de macronutrientes, e pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de uma série de problemas de saúde.

exame de sangue

Valores de referência

Os valores de referência do IGF-1 variam bastante com a idade, e devem sempre ser interpretados por um médico.

Para adultos, de acordo com a Mayo Clinic, os valores normais são:

IDADEVALOR
18-22 anos91-442 ng/mL
23-25 anos66-346 ng/mL
26-30 anos60-329 ng/mL
31-35 anos54-310 ng/mL
36-40 anos48-292 ng/mL
41-45 anos44-275 ng/mL
46-50 anos40-259 ng/mL
51-55 anos37-245 ng/mL
56-60 anos34-232 ng/mL
61-65 anos33-220 ng/mL
66-70 anos32-209 ng/mL
71-75 anos32-200 ng/mL
76-80 anos33-192 ng/mL
81-85 anos33-185 ng/mL
86-90 anos33-179 ng/mL
Fonte: Mayo Clinic

Mas, nem sempre alterações leves nesse exame indicam que algo está errado. Por isso, sempre discuta os resultados e os sintomas com seu médico antes de tirar qualquer conclusão precipitada.

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Além disso, é importante ter em mente que homens apresentam níveis um pouco mais altos de IGF-1 do que as mulheres, e que existem picos de produção da substância durante as fases de crescimento de crianças e adolescentes.

Alguns benefícios do IGF-1

O IGF-1, quando em quantidades adequadas, pode trazer benefícios como:

  • Prevenção da perda de massa muscular;
  • Regulação dos níveis de gordura corporal;
  • Construção de ossos e proteção contra perda óssea;
  • Regulação dos níveis de açúcar no sangue e na diminuição dos fatores de risco para a diabetes;
  • Crescimento e desenvolvimento adequado em crianças;
  • Construção de massa muscular e aumento de força;
  • Proteção da saúde cognitiva e atuação contra doenças neurológicas ou perda de células cerebrais;
  • Prevenção do enfraquecimento da pele.

Malefícios do IGF-1

Quantidades inadequadas de IGF-1 podem afetar drasticamente a saúde, e os sintomas apresentados vão depender de quando se iniciou o problema.

Algumas pessoas começam a apresentar uma produção excessiva ou deficiente do IGF-1 ainda na infância, o que leva a problemas de desenvolvimento corporal. Já outras começam a ter variações na produção desse composto na fase adulta, quando o crescimento e o desenvolvimento corporal já se completou.

Nesses casos, a apresentação das doenças associadas será diferente, como veremos a seguir.

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IGF-1 alto ou baixo demais

O exame de IGF-1 serve para verificar como estão os níveis desse hormônio no corpo, e é solicitado quando há suspeita de distúrbios que afetem a produção do hormônio do crescimento e do próprio IGF-1. 

1. Níveis baixos

A falta do IGF-1 pode trazer uma série de problemas, principalmente quando ocorre em crianças pequenas. Nesses casos, pode ocorrer acondroplasia ou nanismo, pois a sua falta prejudica o desenvolvimento físico da criança.

Além disso, níveis baixos podem aumentar o risco de desenvolvimentos de problemas como:

nanismo
Acondroplasia ou Nanismo

2. Níveis altos

Níveis aumentados de IFG-1 são um problema menos comum, e também podem causar problemas de crescimento, embora neste caso ele ocorra de forma exagerada. O problema é conhecido como acromegalia (em adultos) ou gigantismo (em crianças), e é caracterizado por:

  • Estatura elevada, no caso do gigantismo, com pessoas podendo chegar a mais de dois metros de altura;
  • Crescimento exagerado de partes do corpo como mãos, pés e nariz.

Além disso, o excesso de IGF-1 também pode aumentar o risco de:

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  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Alguns tipos de câncer. 
Robert Wadlow o homem mais alto do mundo
Robert Wadlow – o homem mais alto do mundo (fonte: Wikipedia)

Diagnóstico

A forma mais fácil de diagnosticar os problemas relacionados ao hormônio de crescimento é fazer a dosagem do IGF-1, que é o representante do hormônio. 

Isso acontece porque ele depende do hormônio de crescimento para ser produzido, e se o nível do IGF-1 estiver baixo ou baixo, é sinal de que o hormônio também está alterado.

Mas nem sempre esse método de diagnóstico é preciso, funcionando em cerca de 50% dos casos de deficiência do hormônio. Por este motivo, muitas vezes, precisamos provocar sua liberação no sangue através de um estímulo químico, feito por algum medicamento, para então diagnosticar a deficiência do hormônio de crescimento.

Suplemento

Devido ao seu possível efeito de aumentar o desempenho físico, muitas pessoas procuram o IGF-1 como suplemento. No entanto, o uso desse hormônio como suplemento não é indicado devido ao risco de alguns efeitos colaterais, como: 

  • Dor muscular severa;
  • Edema retiniano;
  • Dor ou paralisia no nervo facial;
  • Palpitações cardíacas;
  • Fadiga;
  • Episódios de hipoglicemia;
  • Inchaço nas mãos;
  • Problemas cardíacos;
  • Alteração no metabolismo da glicose.

Então, se você deseja aumentar os níveis de IGF-1 no organismo, o ideal é usar alimentos naturais e outras técnicas que podem ajudar a elevar a quantidade do hormônio naturalmente.

O único caso em que a suplementação com IGF-1 realmente se faz necessária é quando há algum problema diagnosticado por um profissional da saúde capacitado, que então irá definir as doses da maneira correta.

Como aumentar os níveis de IGF-1

Normalmente, para aumentar os níveis de IGF-1 são utilizadas terapias hormonais com hormônio do crescimento, estradiol ou prolactina dependendo do caso.

Mas, é possível aumentar a produção do hormônio de crescimento, e assim também a do IGF-1 sem o uso se medicamentos. Mas para isso, algumas mudanças alimentares e de estilo de vida são necessárias, assim como o uso de alguns suplementos, como veremos a seguir:

1. Alimentos

Uma dieta balanceada, que supra as necessidades diárias de micro e macronutrientes é indispensável para quem deseja manter a saúde e ao mesmo tempo aumentar os níveis de IGF-1.

Então, inclua alimentos ricos em minerais como:

Além disso, alimentos como laticínios e proteínas magras também podem ajudar a aumentar a produção do IGF-1.

2. Mudanças de estilo de vida

Como citado anteriormente, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a aumentar a produção de IGF-1, principalmente quando aliadas a uma dieta nutritiva.

São elas:

  • Redução da gordura corporal;
  • Redução da ingestão de açúcar;
  • Evitar comer antes de dormir;
  • Realizar exercícios de alta intensidade, como os treinos HIIT;
  • Ter uma boa rotina de sono.

3. Suplementos

Por fim, temos os suplementos alimentares, que apesar de não conterem o IGF-1 em sua composição, podem ajudar a aumentar a sua produção. São eles:

Como reduzir os níveis de IGF-1

Diminuir os níveis de IGF-1 é mais difícil do que aumentar, porque geralmente é necessário um tratamento específico para inibir a superprodução do hormônio ou a realização de cirurgias para remover tumores que possam estar causando o problema. 

Mas, normalmente as estratégias alimentares incluem a restrição de micro e macronutrientes, o que pode acabar gerando outros problemas de saúde. São elas:

  • Jejum intermitente;
  • Restringir o consumo de proteínas.

Então, é necessário seguir as orientações de um médico especialista na área, para evitar os problemas decorrentes do excesso de IGF-1, além de evitar a má nutrição.

Fontes e referências adicionais

Você já foi diagnosticado com IGF-1 alto ou baixo demais? Que tipo de tratamento ou suplemento o médico recomendou? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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10 comentários em “IGF-1 alto ou baixo demais – O que é, exame, tratamentos”

  1. Me chama Sandra tenho 64 anos e há 23 anos fui diagnosticada com acromegalia. Fiz 2 cirurgia da hipófise.
    Em 2020 a endocrinologista suspendeu a medicação sandostatin lar 30 mg que fazia uso há mais de 18 anos.
    Em 2021 fui diagnosticada com Sindrome de Mielodisplásica (câncer na medula óssea). Ainda não estou em tratamento, só acompanhamento.
    Neste mês a endocrinologista suspendeu outra medicação cabergolina, que fazia uso há mais de 18 anos.
    O IGF1 está alterado 206,00ng/ml e o GH esta normal 1,16 ng/ml.

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  2. Tenho problema desde 2019 ,tomo a injeção sandostatin de 30 meus hormônios abaixou ,agora refiz o exame está alto deu 282,no começo deu um microadenoma na hipótese,agora refiz o exame e não apareceu mais ,mais ainda continuo na injeção.sou só sexo feminino tenho 57 anos

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  3. Olá me chamo DELMA Maia delmaia.moraes@gmail.com. A médica endocrinologista me pediu esse exame .
    Tenho 53 anos e o meu está 321,6ng/ml.
    Segundo ela ,um indício de pólipos intestinais .
    Li sua matéria e outras …não vi nada relacionado.
    Gratidão por sua atenção e conhecimento.

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  4. Meu filho está com 11a5m e no exame de sangue a SOMATOMEDINA C, IGF-1 378 ng/ml.
    Pelos parâmetros da idade, está bem acima do normal.
    O que pode ser?
    Ele tem 1,52 e 40kg

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  5. Tenho 46 anos, descobri IGF 1 elevado desde janeiro de 2020, ao longo do último ano já fiz 4 medições, todas entre 330 a 360, bem acima do recomendado para a idade. Obs. Acromegalia descartada, o que pode ser isso? Outros sintomas que apresento é fraqueza, como se estivesse constantemente gripado.
    Desesperado, ninguém descobre o que tenho

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    • Olá! Já fez Ressonância Magnética da Sela Tursica? É para visualizar a Hipófise. Provavelmente sim, né? Espero que descubram logo o que você tem!

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    • O meu também sempre dá aumentado. Eu sou muito alto, mas não tenho nenhum tumor na hipófise. Vc descobriu o que causou o seu?

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  6. Me chamo Lucas tenho 28 anos, aos meus 26 anos meu IGF1 era 790 ng/dl eu estava com Acromegalia meu GH era 37 ng/dl , fiz a cirurgia e tirei o tumor da Hipófise, faço tratamento com Lanreotida 90 mg para manter o GH e o IGF1 dentro de valores normais , hoje estou curado da doença , e Tem muita gente brincando com GH , eu tive muita sorte que Não tive deformidades ,so meu pé que cresceu mais …

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